domingo, 28 de outubro de 2012

Jovem encontra na escalada a solução para uma deficiência rara Raphael Nishimura possui distonia muscular e descobriu o esporte há cinco anos por um amigo. Exemplo de superação, procura, hoje, novos desafios


28/10/2012 11h23 - Atualizado em 28/10/2012 11h43


Por GLOBOESPORTE.COMSão Paulo
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Raphael Nishimura é portador de uma deficiência rara, a distonia muscular. Mas isso não é motivo de desânimo para o jovem de 30 anos. O problema do atleta requer exercício físico e grande gasto de energia, e o jeito de solucionar isso foi praticar a escalada. Desde que descobriu a atividade, Raphael não larga mais a academia e os treinos.
- Para movimentar um músculo do corpo, o cérebro precisa mandar impulsos elétricos. No caso da distonia, ao invés de mandar um impulso elétrico para movimentar o corpo, ele manda de 100 a dez mil impulsos a mais. A escalada dá uma relaxada nisso tudo – explica o escalador.
O jovem trabalha em uma empresa de tecnologia e descobriu há cinco anos que a escalada poderia aliviar o problema muscular. E o auxílio, para ele, é essencial. Mesmo treinando em um nível considerado avançado, sempre conta com a ajuda do melhor amigo, o que garante sua segurança durante as subidas.
- É um cara muito para cima, sempre alegre. Comecei o esporte por causa dele – agradece.
Na primeira vez que você faz, o coração dispara"
Raphael
Nos finais de semana, os amigos sempre procuram lugares para melhorar a técnica. Um deles é a Pedra Bela, a 50 km de Bragança Paulista, interior do estado de São Paulo. Como se trata de uma rocha, Raphael encontra dificuldades principalmente na mobilidade das pernas.
- Quando estou escalando, a maior dificuldade é tentar controlar a ansiedade e o medo. Na primeira vez que você faz, o coração dispara. Não dá para descrever a sensação. A liberdade, a natureza... Isso que motiva a gente a escalar. São poucas pessoas que vão ter uma vista igual à sua aqui em cima – comenta Raphael.
Raphael participou de um mundial de paratletas em Paris, na França. Foi vice-campeão no Paraclimb. Porém, o principal objetivo do escalador não era vencer, e sim divulgar o esporte como forma de superação.
- A ideia é divulgar não só a escalada, mas também a paraescalada. A rocha não vai se adaptar ao deficiente físico. Ele tem que encontrar seu próprio ponto de escalada para subir os paredões. Estamos tentando encontrar algum deficiente que encare o desafio de escalar com a gente. Mas, por enquanto, eu sou o único – completa.
raphael escalada pedra (Foto: arquivo pessoal)

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