Sem nenhuma tradição no futebol feminino, time tinha somado apenas três vitórias nas cinco edições anteriores do Mundial




JOHN MACDOUGALL/AFP
17_Japao Copa America_JOHN MACDOUGALL_AFP
Seleção japonesa acertou na cobrança dos pênaltis, ao contrário das americanas
O Japão é o novo campeão mundial do futebol feminino. Coroando uma campanha histórica e surpreendente, a seleção japonesa desbancou o favorito Estados Unidos na final deste domingo, em Frankfurt, na Alemanha, e ganhou nos pênaltis por 3 a 1, após um empate de 1 a 1 no tempo normal e outro 1 a 1 na prorrogação.


Sem nenhuma tradição no futebol feminino, o Japão tinha somado apenas três vitórias nas cinco edições anteriores do Mundial organizado pela Fifa - duas contra a Argentina e uma contra o Brasil. Dessa vez, porém, a seleção japonesa não se intimidou diante das grandes potências do esporte e foi avançando até o título inédito.


Na primeira fase do Mundial, o Japão somou duas vitórias (Nova Zelândia e México) e uma derrota (Inglaterra). Depois, já nas quartas de final, eliminou a anfitriã Alemanha. Na sequência, passou pela tradicional Suécia nas semifinais. E, por fim, derrotou os Estados Unidos, que buscavam o tricampeonato.


Os Estados Unidos já foram campeões mundiais duas vezes (1991 e 1999) e chegaram ao pódio nas outras três edições realizadas. Além disso, conquistaram três das quatro medalhas de ouro disputadas na história do futebol feminino na Olimpíada. E, para completar, eliminaram o Brasil da estrela Marta nas quartas de final da competição da Alemanha. Por isso, eram os favoritos na decisão deste domingo.


Diante de um público de 48.817 pessoas que lotou o estádio em Frankfurt, além da torcida do presidente Barack Obama, que acompanhou a final pela TV, os Estados Unidos começaram melhor, pressionando o adversário. E chegaram a mandar uma bola no travessão aos 27 minutos, com Wambach. Mas, aos poucos, o Japão equilibrou o jogo e passou a ter maior controle de bola.


Os gols, porém, saíram apenas no segundo tempo. Num rápido contra-ataque aos 23 minutos, Morgan, que tinha entrado no lugar de Cheney no intervalo, abriu o placar para os Estados Unidos. Mas o Japão empatou aos 34, quando Miyama aproveitou vacilo da zaga adversária e deixou tudo igual.


A decisão, então, foi para a prorrogação. E os Estados Unidos saíram novamente na frente, com uma cabeçada de Wambach aos 13 minutos do primeiro tempo. Mas o Japão voltou a empatar aos 11 da segunda etapa, quando Sawa também fez de cabeça, tornando-se a artilheira do Mundial (cinco gols) - Marta ficou com quatro.


Na disputa por pênaltis, as experientes jogadoras norte-americanas sentiram o nervosismo e desperdiçaram três cobranças - a goleira Kaihori defendeu os chutes de Boxx e Heath, enquanto Lloyd chutou por cima. Assim, os Estados Unidos marcou apenas com Wambach. Do lado do Japão, Nagasato também errou, mas Miyama, Sakaguchi e Kumagai fizeram os gols e garantiram o título inédito.